O Risco Intercultural Sob a Perspectiva do Campo

As grandes coisas nunca saíram da zona de conforto.

O Risco Intercultural Sob a Perspectiva do Campo

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Janeiro de 2017

Neal & Anna Hampton

Neal Hampton e Anna Hampton (autora de Enfrentando O Perigo: Um Guia em Meio ao Risco) servem no Oriente Médio. Como membros da equipe da Barnabas International, eles viajam pela Ásia Central e pelo Oriente Médio, oferecendo assistência pastoral a obreiros globais da linha de frente.

Introdução

Por quase duas décadas, vivemos com nossos filhos em zonas de guerra, ou perto delas, ou em lugares com ameaças ativas de terroristas e atividades violentas. Escrevemos sob a perspectiva de obreiros interculturais que têm vivido a avaliação e mitigação de riscos por mais de 17 anos, tendo conhecido pessoalmente diversas entre as principais empresas dos EUA que oferecem treinamento de segurança para agências globais. Este artigo se concentra em alguns dos elementos necessários do risco intercultural para uma resposta abrangente e holística às ameaças que os obreiros interculturais encontram regularmente no campo em nome do avanço estratégico do evangelho.

A questão da Teologia do Risco começou como uma necessidade do campo, devido à quantidade crescente de obreiros indo servir em áreas hostis ao Evangelho e à violência resultante de sequestros e assassinatos de incontáveis obreiros globais. A urgência de compreender e reagir com eficácia ao risco intercultural aumentou exponencialmente à medida que cada vez mais obreiros globais foram respondendo ao chamado para alcançar os não alcançados em lugares perigosos e de alto risco.

A Teologia do Risco e a Teologia do Sofrimento, que muitas vezes são vistas como sinônimos, mantêm, inerentemente, pontos claros de sobreposição e divergência uma da outra. Uma das principais diferenças está no fato de que, em situações de risco, ainda não sofremos. O risco é a ameaça de perseguição, a ameaça do sofrimento, a ameaça de morte.

Sim, todos os seguidores de Cristo sofrem. Jesus nos diz que sofreremos ao segui-lO. Ser sábios significa desenvolvermos uma teologia pessoal do sofrimento na qual podemos nos basear antes de entrar no risco. Entretanto, o risco nos pergunta se somos chamados a nos mover (ou continuar nos movendo) para um local de perigo, ou se Cristo nos chama para irmos a um local seguro.

Fundamento bíblico1

No grego, existem três termos diferentes, no Novo Testamento, que costumam ser traduzidos como “risco” com mais frequência. As três passagens em questão são Atos 15:25-26, Romanos 16:3-4 e Filipenses 2:29-30. Um exame mais atento dessas três palavras do grego revela diversas expressões idiomáticas do hebraico que descrevem o risco. As expressões do hebraico apresentam a imagem de “caminhar para um lugar de morte; entregar-me à morte; arriscar o pescoço”. Aparentemente, a Igreja primitiva via o risco como algo que fazemos voluntariamente; aqueles que arriscavam suas vidas tinham recebido um chamado para fazer isso, e arriscar a vida está sempre conectado a entregar voluntariamente a vida física por Jesus Cristo.

A partir dessas três passagens do Novo Testamento, adquirimos uma compreensão mais profunda de como a Igreja primitiva pode ter pensado sobre o risco e em quais Escrituras ela se baseava. Juntas, as três passagens do Novo Testamento apontam para a passagem de Êxodo 17, onde os israelitas lutaram contra os amalequitas. A partir dessas quatro passagens sobre risco, podemos reunir uma riqueza de informações sobre o risco intercultural.

  1. Todos nós nos preparamos para arriscar as nossas vidas por Cristo, mas apenas alguns escolhidos recebem o chamado para de fato arriscar suas vidas.

  2. Em certas situações, não se arriscar não significa automaticamente desobedecer a Deus. As mesmas figuras bíblicas citadas frequentemente como exemplos de movimento para o risco quase sempre passaram por situações nas quais, justificadamente, evitaram o risco ou se retiraram do perigo.

  3. Em vez de se concentrar no que as pessoas da Bíblia faziam no risco (a abordagem anedótica, na tentativa de compreender uma perspectiva bíblica do risco), uma abordagem apoiada no Espírito Santo se concentra em como elas ouviram a voz do Espírito ao serem chamadas a arriscar suas vidas ou a se retirar para a segurança.

  4. O princípio de escolher ações representadas pelo versículo “prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” deve nos motivar a mitigar o risco. Tanto Jesus quanto Paulo demostraram escolher a “morte maior”, não a menor (a que ocorreria antes do tempo deles). Paulo mitigou o risco de quatro diferentes maneiras (descritas abaixo).

  5. O risco conduzido pelo Espírito envolve o engajamento em uma batalha espiritual.

  6. O risco conduzido pelo Espírito revela o nosso serviço sacerdotal.

  7. O risco conduzido pelo Espírito sempre anda em parceria com a Trindade.

Um obreiro global que enfrenta o risco muitas vezes pergunta “O que devo fazer?”, “Devo entrar no risco ou ir para a segurança?” e “Como vou saber?”. Com muita frequência, recebemos uma resposta relacionada ao “sofrimento” para essas perguntas cruciais, como “todas as coisas cooperam para o bem…”.2

Como pais jovens com filhos pequenos em um lugar como Cabul, no Afeganistão, onde o Talibã começou a sequestrar e matar trabalhadores de ONGs religiosas (como nós), desejávamos mais do que uma resposta conceitual para sustentar nossa resposta de fé e nossas emoções com relação aos riscos nos quais entrávamos com nossos filhos para a glória de Deus. Por definição, o risco intercultural não é um conceito abstrato, e sim um evento.

Uma resposta situacional se concentra no evento único de risco, bem como em seus desafios urgentes e oportunidades principais. A resposta situacional considera mais do que apenas a ameaça e a avaliação do perigo físico, ela trata da situação como um todo e da pessoa como um todo. Ela se engaja nas eternas questões de estratégia, oportunidade e mordomia, bem como na intersecção entre fé e emoções no risco. Em outras palavras, a abordagem situacional ajuda a orientar o obreiro e sua equipe na compreensão do que Deus está orquestrando estrategicamente através da vida desse obreiro global, da equipe e da comunidade, durante a situação de risco.

Nós defendemos uma consideração maior e mais equilibrada de respostas conceituais e situacionais no pastoreio de obreiros que vivem na linha de frente, em situações de alto risco. Nossa fraqueza humana requer que nos lembremos regularmente de que Deus ainda está sentado no Seu trono.3 Deus não é surpreendido por resultados negativos na situação de risco. Devemos nos lembrar dessa verdade.

Contudo, uma resposta eficaz e capaz de fortalecer a fé para um obreiro cultural leva em conta uma resposta equilibradamente conceitual e situacional. Um diálogo que considere todos os fatores que impactam o obreiro global (não apenas oferecer uma resposta espiritualizada simplificada ou uma avaliação de perigo “racional”) é o que gera o fortalecimento do coração e um efeito calmante na alma do obreiro global que está enfrentando ameaças extremas.

Avaliação e mitigação de risco

Somos profundamente gratos pelos irmãos e irmãs que se apresentaram para aplicar seus conhecimentos profissionais sobre segurança para fortalecer a resiliência dos obreiros no campo. Eles fizeram isso ao treinar obreiros do campo sobre como suportar as pressões de interrogatórios, evitar estupros, evitar e sobreviver a sequestros, sobrevivência de reféns, aprender a melhorar a percepção de técnicas de vigilância, desenvolver equipes e planos de resposta a crises, e muito mais. Essas empresas cristãs de treinamento em segurança permanecem como um recurso incrivelmente notável e significativo para a Noiva de Cristo. Nós os aprovamos e louvamos pelo que fazem.

Fomos profundamente beneficiados quando concluímos um treinamento de três dias em Cabul oferecido por uma empresa de treinamento de segurança na primavera de 2006. Nosso estresse interno diminuiu dramaticamente e nossa resiliência pessoal aumentou significativamente. O treinamento e a preparação nos ajudaram a passar pelos anos extremamente difíceis que se seguiram no Afeganistão, quando lideramos uma equipe de mais de cem expatriados em um projeto complexo em um ambiente perigoso e de alto risco, onde uma obra com peso de eternidade estava e ainda está ocorrendo.

Todavia, a segurança prática, o treinamento para a sobrevivência e a gestão de crises são apenas uma parte de três aspectos significativos de uma resposta holística a crises. Perdemos áreas significativas se treinarmos os obreiros de campo apenas em técnicas de avaliação e mitigação de risco e perigo físico e em gestão de respostas a crises. Devemos encontrar maneiras de tratar da intersecção entre fé, emoções e mordomia, bem como do papel do Espírito Santo na situação de risco. Esses também são aspectos necessários de uma Teologia do Risco holística. Abordar esses três aspectos nos ajudará a orientar sabiamente mamães, papais, solteiros, meninos e meninas para que implementem estratégias eficazes de resistência no campo.

Pesquisadores já publicaram mais de mil estudos sobre a resposta emocional e psicológica dos seres humanos ao risco. Ignoramos esses dados por nossa conta e risco. As pesquisas demonstram que quando não tratamos tanto da análise racional-lógica do perigo quanto da análise experimental-emocional, nossa avaliação e mitigação de riscos ficam seriamente comprometidas. Os seres humanos são previsíveis no risco.

Além disso, “Pesquisas mostram que o modo como vivenciamos as emoções durante o risco impacta diretamente nossas percepções, julgamentos e decisões relacionados ao risco. Elas também demonstram que, em uma ampla variedade de contextos, a reação emocional do momento tem mais influência para determinar a escolha do que a avaliação racional das opções realizada antecipadamente”.4 Por exemplo, descobrimos nas pesquisas que “o medo nos faz pensar que os riscos são muito maiores, enquanto a ira nos faz perceber os riscos como muito menores”.5

Propomos que o campo da gestão do risco intercultural possui três áreas primárias que se sobrepõem:

Uma abordagem abrangente ao risco proporciona as ferramentas e o treinamento necessários em interseção com todas as três áreas da estratégia de risco holística. No Treinamento de Avaliação e Gestão de Risco (Treinamento RAM), ajudamos obreiros globais e suas equipes a aprender como e quando integrar todas as três especialidades de maneira orientada. Desenvolver um plano de ação orientado através de treinamento ajuda a reduzir a confusão na avaliação e gestão do risco e proporciona a integração entre os elementos essenciais de uma abordagem holística ao risco para o seu contexto intercultural único e para os riscos presentes.

Uma resposta abrangente ao risco inclui:

• A orientação do Espírito Santo: ouvir a Sua voz através de sete maneiras específicas durante o risco;

• Fé: seis atitudes a cultivar para desenvolver uma fé profunda e compreender o coração de Deus durante o risco, reconhecendo nossas questões essenciais a Deus durante o risco;

• Compreender nossas emoções (a interação entre medo e ira) relacionadas aos riscos enfrentados, bem como nossa vida emocional interna;

• Mordomia de tangíveis e intangíveis durante o risco (não apenas as ameaças aos recursos);

• Convergência entre tomada de decisão e discernimento durante o risco (uma abordagem puramente secular à tomada de decisão não é apropriada para equipes engajadas em uma empreitada espiritual: as habilidades de discernimento são cruciais);

• Detalhar qual treinamento específico para sobrevivência e segurança o obreiro ou a equipe deseja receber, avaliar ou melhorar, sob medida para sua situação de risco, com vistas a uma melhor resistência;

• Quais aspectos da Resposta a Crises ainda precisam ser implementados;

• Preparação para o risco como indivíduo, como equipe e como organização;

• Como realizar a Avaliação de Perigo;

• Estratégias de Mitigação de Risco para cada risco;

• Como desenvolver uma Equipe de Gestão de Risco que se torne a Equipe de Gestão de Crises no momento apropriado;

• Comunicação de Riscos: com a família em casa, com parceiros, com o escritório de origem (agência enviadora), com a equipe no campo, com filhos e com a mídia;

• Liderança no Risco: tanto para líderes de campo quanto para o RH na matriz e para a Liderança administrativa;

• Cuidado Pastoral no Risco; antes, durante e depois do Risco e da Resposta a Crises (depois que a crise ocorre);

• Filhos e Risco Intercultural: como ajudar os filhos a ter sucesso e desenvolver resiliência em situações de alto risco e longo prazo;

• Agilidade Organizacional no Risco (o risco contém tanto perigos quanto oportunidades para o avanço estratégico do reino de Deus);

• Mecanismos para o Reconhecimento Público daqueles que arriscaram suas vidas pelo nome de Cristo (em consistência com a aprovação demonstrada em todos os três relatos do Novo Testamento que citam o risco).

Uma das fraquezas comuns dos modelos atuais de preparação para o risco envolvem a exigência de que as equipes se preparem para riscos que não enfrentam, ao implementar uma estratégia de avaliação de risco “genérica demais”. Por exemplo, as equipes recebem uma atribuição de cinquenta coisas contra as quais mitigar, em vez de serem ensinadas a realizar a avaliação e mitigação de riscos táticos para a sua situação específica e para os alvos do projeto.

Um diretor de país consultou Neal sobre como encontrar um negociador designado para situações com reféns. O país onde ele mora NÃO teve reféns estrangeiros na época atual, mas o escritório de origem desse ocupado líder de ministério exigiu que ele cumprisse o protocolo de preparação para riscos. Isso exigiu que ele gastasse metade de um dia mitigando um risco que não existia na sua situação. Viver no risco é cansativo! Devemos exercer cautela e não acrescentar avaliação e mitigação supérfluas de riscos para líderes de equipe que já estão sobrecarregados.

A avaliação e gestão de risco deve analisar quais são os riscos percebidos (do que a equipe tem medo), mas também enumerar riscos estatisticamente verificáveis (o que tem acontecido) e incorporar riscos previstos com base em uma análise de segurança e coleta de informações com múltiplas fontes (o que poderia acontecer). O cálculo do risco incorpora todos os fatores que contribuem para a possibilidade de que o evento de risco ocorra, o evento de risco efetivo e os resultados previstos (tanto bons quanto ruins) caso esse evento de risco ocorra.

A avaliação e a mitigação de risco precisam ser feitas constante e rapidamente (não a cada seis meses, mas, em algumas situações, quase diariamente) em um ambiente de risco dinâmico, para que possamos tomar decisões em um ambiente que se degrada rapidamente. As técnicas de avaliação de risco não devem ser trabalhosas demais, mas devem envolver a análise da gravidade, proximidade demográfica e frequência do risco.

O Treinamento RAM (Avaliação e Gestão de Risco) que desenvolvemos incorpora o seguinte:

• Prepara os particiantes com um protocolo escalável de gestão de riscos, facilmente adaptável a qualquer ambiente de risco.

• Proporciona um guia para usar a Bíblia para discernir o chamado no risco, em vez de um modelo bíblico anedótico.

• Ajuda os obreiros a discernir como a voz do Espírito Santo foi ouvida no passado e como podem ouvir melhor a Sua orientação através de sete maneiras únicas como Ele pode falar durante o evento de risco.

• Orienta tanto líderes quanto membros individuais de equipes sobre como se assegurar de ter calculado o risco de maneira responsável e abrangente sob as perspectivas racional, emocional e espiritual.

• Equipa os obreiros com os componentes essenciais da tomada de decisões e do discernimento durante o risco.

• Facilita aos obreiros no campo o desenvolvimento de estratégias de resistência que funcionem para eles (mesmo em situações de confinamento);

• Amplifica outros treinamentos de resiliência ao estresse e de segurança, ajudando os obreiros no campo a discernir a quais riscos eles ouvem um chamado para ministrar; resumindo: quando ficar e quando ir embora.

• Prepara os participantes para melhorar a comunicação sobre o risco com outros obreiros de campo, seus filhos, sua liderança e os parceiros enviadores.

Precisamos aliviar o fardo da avaliação de risco e aumentar a confiança de indivíduos, equipes e agências de que prepararam bem o seu pessoal e sabem quais perguntas fazer durante a caminhada com pessoas em risco. É imperativo que indivíduos e equipes calculem cada evento de risco da forma mais holística possível.

Algumas agências estão suscetíveis a cometer dois erros comuns na gestão e mitigação de risco: ignorar ameaças legítimas ou deixar de recalcular o risco em ambientes de riscos dinâmicos. Agências com alta tolerância ao risco são especialmente propensas a ignorar incertezas ou a deixar de reportar o que não sabem. Fazer essas suposições é perigoso e irresponsável, porque as vidas das pessoas estão em jogo.

Os riscos devem ser calculados e recalculados para cada contexto cultural único, uma vez que o risco é um evento. Uma das atividades de fortalecimento da fé mais valiosas que podemos executar no risco é dedicar tempo e energia preciosos na situação de risco para avaliá-lo e descobrir o máximo que pudermos sobre quais riscos estamos enfrentando. Isso geralmente resulta no aumento da resiliência e melhora a nossa capacidade de demonstrar respostas humildes e amorosas em face do mal verdadeiro.

Resumindo, a avaliação e mitigação de risco abrangentes nos capacitam a enfrentar o risco, identificá-lo, analisar a nós mesmos à luz do risco e ao chamado de Deus nessa situação, fazer tudo o que for razoável para administrar com responsabilidade todos os recursos confiados a nós e aceitar os piores resultados (e os melhores). Assim, obreiros de campo podem melhorar na perseverança e no enfrentamento aos piores horrores lançados contra nós pelos portões do inferno, e não serem esmagados por eles.

Equipes (e suas agências) são obrigadas a se tornarem “conhecedoras do risco” e “ágeis no risco” para cuidar bem do seu povo durante o risco, mas também responder às oportunidades incríveis que se apresentam à nossa geração para alcançarmos o mundo para Cristo.

Paulo e a Mitigação de Riscos

Vemos o Apóstolo Paulo muitas vezes sendo usado como um “bastão espiritual” contra os obreiros, da seguinte maneira: “Paulo fez isso, então você também deve fazer”. É imperativo focarmos, em vez disso, em como Paulo ouviu a voz do Espírito Santo em cada situação de risco e tomava decisões. Vemos na vida de Paulo que ele usou quatro diferentes táticas de mitigação de risco. Ele evitava o risco, transferia para outros, limitava ou aceitava. Ele discernia em oração qual delas Deus o chamava a usar em cada momento.

Mitos sobre o risco

Ao longo dos anos, percebemos que a Igreja global usa pelo menos catorze “Mitos sobre o Risco”. Identificamos alguns desses mitos impactando significativamente a nossa resiliência. Por exemplo, um perigoso mito que é comumente repetido é: “Você nunca está mais seguro do que quando está no centro da vontade de Deus”. Traumas, sofrimento e morte muitas vezes acompanham o risco intercultural. Quando aquilo que tememos ocorre e percebemos que Deus não joga segundo as nossas “regras humanas”, podemos ter uma crise na fé. Parte do conhecimento do risco intercultural é reconhecer quais mitos aceitamos sem perceber e em seguida tratá-los com a verdade das Escrituras.

Conclusão

Estamos em uma batalha espiritual global pelas almas de homens, mulheres, meninos e meninas. Não há tempo para neutralidade ou ambiguidade sobre o risco. O chamado para arriscar a vida é uma honra concedida por Deus, da qual o obreiro deve ser o mordomo. Ele requer que se ouça atentamente a voz de Deus sobre o que fazer, porque isso também envolve a mordomia de recursos do reino.

Nós honramos o nosso Salvador e aqueles que arriscam sua vida diariamente pelo reino de Cristo, expandindo nossas habilidades de pastorear com empatia e de acordo com a situação os que estão em risco, ajudando-os a alcançar o sucesso, desenvolver resiliência e perseverar com alegria. A eficácia na avaliação e gestão do risco capacita os obreiros do campo a tirar o máximo proveito das oportunidades que o risco apresenta, para que o reino de Deus avance em áreas excessivamente tenebrosas.

Que as gerações futuras possam nos descrever como sendo homens e mulheres que assumiram com sabedoria riscos guiados pelo Espírito Santo para Sua glória e por amor a todos aqueles que ainda não ouviram as Boas Novas.

OBRAS CITADAS

  1. Nossa metodologia seguiu o exemplo da abordagem única tripartida do Dr. Kenneth Bailey. Eu utilizei a Hermenêutica Rabínica do 1º Século do rabino Hillel, descrita por Brad Young, comentários antigos sobre os textos examinados e ferramentas modernas de estudo exegético.

  2. Romanos 8:28.

  3. Salmos 47:8; Apocalipse 7:15.

  4. Hampton, Anna. Facing Danger: A Guide Through Risk. New Prague, MN: Zendagi Press, 2016. Citação do Dr. Charles Schaefer. Breakwell, Glynis M. The Psychology of Risk. 2a ed. Cambridge: Cambridge University Press. Localização no Kindle: 338.

  5. Breakwell, Glynis M. The Psychology of Risk, 2a ed. Cambridge University Press. Localização no Kindle: 3567.

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